terça-feira, 4 de junho de 2013

(Prosa) Caminhos,

por José Mauricio.

4h da madrugada,
pensamentos em grandes medidas de decibéis
e uma escolha a tomar:
O que, ou, melhor dizendo, quem?

Ele pensava:
- Longos caminhos, tantas estradas...
Creio que meu coração tem mais vertentes que o rio Nilo
e inúmeros ventrículos a mais
que os dois de um ser
humano
comum,
por onde corre
não só
hemoglobina,
ou enzimas,
ou glóbulos brancos,
ou gordura trans,
– a qual tem elevado meu colesterol –
mas corria também amor,
afeto
e
desejo.

.   .   .

Continuou:
- Meu coração se excitava
cada vez que eu optava por um rumo a seguir,
mas sempre batia na mesma e velha tecla.
Sempre quebrava a cara na mais antiga barreira do destino,
 que por inconveniência e tamanha perfeição,
sempre dava certo.
Meu músculo do miocárdio não aceitava ser dissecado
 para que fosse achada a tal da
intimidade,
que casava corpos
e casa
até o dia de hoje.
Sentimento tão buscado fisicamente
– porém o mais abstrato –
pela ignorância dos de hoje.
Meu fidalgo bombeador de energia ao meu corpo
não queria ser flechado por cupido nenhum.
Dizia ele:
“Se amor fosse sofrimento
o nome não seria morte,
mas sim ressurreição.”
Ele sempre foi tão bobo

.  .  .


Ele dizia que morreria sozinho. 
“Filhos? Nem pensar, já basta eu de louco nesse mundo.” 

Ele tinha traumas... 

Alguns ele mesmo criou, 
junto aos contos de onde tais surgiram para justificar-se como solitário. 
Ele tinha grandes rancores... 
Mas ele mesmo dizia que: 
“Mágoas passadas não movem moinhos 
e águas presentes não munem corações 
da grande sabedoria e autoridade 
para decidir entre 
viver sozinho 
ou 
com alguém 
. . . 
Ou ainda: 
Viver sozinho, com alguém!“

.   .   .

Ele concluiu: 
- Já é sabido de minha parte
o que,
ou,
melhor dizendo,
quem?

Entenda a vida como quiser, 
Mas tome um caminho.

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